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Música, jogos e até ginástica: educadores dão dicas para entreter crianças na quarentena

Professores e pedagogos têm utilizado a internet para dar dicas e sugestões de brincadeiras entre pais e filhos durante o período de isolamento social.

A ideia é inspirar as famílias em meio à nova rotina, onde os pais precisam conciliar o home office com o cuidado aos filhos em tempo integral.

Para ajudá-los nessa questão, as educadoras Taís e Roberta Bento, mãe e filha, mantêm um canal no YouTube onde auxiliam pais e mães a entreter suas crianças, especialmente aquelas com menos de 9 anos de idade.

De acordo com Taís, que é especialista em Aprendizagem Baseada no Funcionamento do Cérebro e Aprendizagem Cooperativa pela Universidade de Minnesota, nos EUA, meninos e meninas nessa faixa etária demandam mais criatividade.

“As escolas criam vídeos online, aulas online e as crianças com mais de 9 anos conseguem se virar. Ficam ali no computador e vão realizando as aulas. Mas as crianças menores não têm essa autonomia, então o desafio é maior. Não há uma aula completa do berçário, por exemplo, para uma criança de 2 anos ficar assistindo e concentrada”, explica a pedagoga.

“A principal dica é que os pais não deixem a peteca cair. Que sejam os animadores dos filhos quando a energia baixar. É sentar, desenhar, brincar. Criar rotinas e colar na geladeira. E encarar esse desafio. Eu digo assim: que os pais continuem arrasando enquanto insistem em achar que não estão dando conta”, acrescentou Roberta.

As pedagogas dão cinco dicas para estimular as crianças durante a quarentena:

  1. Revisar conteúdos já passados em sala de aula ao invés de abordar matérias novas. Deixe essa atribuição para o professor(a);
  2. Estimular a escrita das pequenas com certas brincadeiras, como a de escolinha, onde o papai ou a mamãe é o professor e o filho é o aluno. Dessa maneira, elas quase não vão perceber que estão estudando;
  3. Levar o momento de estudo na brincadeira, sem pressioná-los. Foque nas habilidades do seu filho e aproveite o momento para ensiná-los algumas lições básicas, como ter paciência, persistência para aprender e até mostrar a importância da divisão de tarefas domésticas;
  4. Estabeleça uma rotina diária, uma espécie de cronograma com afazeres e atividades do dia. Pregue-o em algum local de fácil visualização, como a porta da geladeira;
  5. Mais concentração, menos procrastinação: crianças com mais de 10 anos já são capazes de seguir certas estratégias de estudo. Você pode criar um cantinho da casa livre de barulhos e distrações para que ele estude com mais concentração e recompensá-lo após esse horário, dando-lhe um tempo para assistir uma série de TV ou jogar seu game favorito.

Arte em tempos de quarentena

O professor Mateus Borges aposta na música para conseguir a atenção das crianças, inclusive os bebês.

“Produzo conteúdo para diferentes idades. E os retornos das escolas têm sido muito positivos com as músicas. Vale criar uma playlist aí na sua casa. As crianças se lembram da música quando cantávamos ali, juntinhos, e aí acabam criando uma lembrança positiva. Além das músicas temos os conteúdos mais didáticos. E a interatividade tem funcionado bastante. Você acaba respondendo uma mensagem no WhatsApp, interage, ensina, aí vamos caminhando”, detalhou o professor de inglês.

“Com os bebês é mais delicado aquela concentração 100%, mas é impressionante também. Porque eles nos dão retornos surpreendentes. ‘Tio Mateus, vem aqui logo’. Tem de tudo”, contou o professor.

Já o professor Luiz Assunção, que ensina ginástica artística para crianças em São José dos Campos (SP), apostou nas artes circenses, onde envia conteúdos inéditos para seus alunos periodicamente. Nos vídeos, ele ensina os pais a criarem um ambiente de circo na sala de estar de casa.

“Tem o circuito com copinhos. Você deixa copos de plástico pela sala de casa. E aí vai driblando esses copos com as crianças como se estivesse numa apresentação. Trabalhando a coordenação motora. Ainda com copos, dá para construir castelos. Vai testando o equilíbrio, como se fosse um equilibrista de circo. Também vale o trabalho com bolinhas, como se fosse um malabarista. Pode começar com duas bolinhas, no modo fácil, e ir dificultando. Ou, por fim, criar uma apresentação de palhaço mesmo para estimular a criatividade das crianças. Rendem boas gargalhadas”, sugeriu o professor.

Aulas online

Com as escolas fechadas, o diretor Fabricius Tremocoldi apostou na internet para manter o contato com a equipe pedagógica e seus alunos.

“Logo no início da crise, abrimos os plantões de dúvidas online de todas as matérias. As tarefas começaram a ser resolvidas com vídeo aula. E a comunicação com as famílias através de aplicativos e e-mails. E com o passar dos dias fomos ampliando essa nossa relação online”, contou.

Para o diretor, a criatividade é essencial para que todos superem esse momento de crise com bom humor e otimismo.

“A crise é a oportunidade de ampliarmos a cultura digital em nosso colégio e na comunidade escolar. Através das ferramentas que já trabalhávamos, aprimorando essas ferramentas, então vamos ter um grande legado quando isso passar. O aluno com a sua família está ainda mais conectado à escola. E o professor também estimulado ao mundo digital. Acredito que essa relação se aproxima em momentos como esse”, comentou.

 

fonte: G1

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