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Música é aliada em tratamentos de saúde e bem-estar

Musicoterapia é cada vez mais usada na reabilitação ou prevenção de saúde e melhoria da qualidade de vida

A musicoterapia é uma prática que alia a música no tratamento, reabilitação ou prevenção de saúde e melhoria da qualidade de vida. A atividade reúne arte e saúde e promove o bem-estar do paciente, desenvolvendo a comunicação, a expressão e também o aprendizado. Segundo a Federação Mundial de Musicoterapia, “a musicoterapia objetiva desenvolver potenciais e restabelecer as funções do indivíduo para que ele/ela possa alcançar uma melhor integração intra e interpessoal e, consequentemente, uma melhor qualidade de vida”.

Na cidade de Caarapó, o músico Alan Almeida e a sua esposa, a psicóloga Geysianne Marquezolo, fazem trabalho de musicoterapia na ‘Clínica Superar’, que realiza reabilitação neuro funcional de pacientes. “Nós apostamos muito na musicalização do ser humano. Nós acreditamos que, desde a primeira infância, do primeiro ano de idade, a criança já deve ser musicalizada. No vigésimo mês de gestação o feto já começa a receber estímulos musicais. Então, a partir daí já pode se começar um trabalho de musicalização com aquele ser”, afirma Alan.

O profissional explica que no trabalho da musicoterapia, a música é utilizada com fins terapêuticos, como a reabilitação neuro funcional. “Nós trabalhamos o bem-estar e também todas as questões para as crianças que têm uma especialidade. Cada uma tem uma questão específica. Por exemplo, o aluno que é cadeirante, nós vamos trabalhar uma questão mais voltada para o ouvir para os sentidos musicais”, diz.

Segundo o músico, a musicoterapia é voltada para qualquer idade, desde crianças com deficiências ou crianças sem nenhuma comorbidade e também idosos. “Já tive um trabalho bacana, durante três ou quatro anos, com idosos na cidade de Dourados”, lembra. “Na musicoterapia nós vamos trabalhar diretamente com a debilidade ou questão que o paciente vai trazer para gente. Pode ser atraso na fala, questões motoras, questões psicológicas, síndrome de Down. Nós vamos trabalhar a música a partir da vivência daquela criança, daquele paciente, com o mundo através da música”, analisa ele sobre o trabalho musical para saúde e melhoria da qualidade de vida.

A prática é multidisciplinar, tendo acompanhamento de profissionais de áreas específicas que atendam as demandas do paciente. “A música por si só é uma terapia. Mas quando nós temos uma demanda, um paciente com microcefalia, por exemplo, nós vamos trabalhar o desenvolvimento com ele. Se ele não anda, com um fisioterapeuta e outros profissionais, nós vamos sempre tocar um repertório e trazer músicas que vão de acordo com aquela especificidade. Se, por exemplo, eu tenho um aluno com atraso na fala, então nós vamos tocar músicas, vamos trazer atividades musicais que desenvolvam a fala daquela criança”, esclarece Almeida.

A esposa de Alan, Geysianne Marquezolo, é psicóloga e também musicista. Ela explica que “a psicologia percebe a musicoterapia como uma ferramenta adicional no trabalho do tratamento das emoções e gerenciamento na qualidade de vida. Tais benefícios se observam por meio do despertar da consciência musical, visto que estamos inseridos em uma espécie de ‘paisagem sonora’.”

“Posto a isso, tal ferramenta possibilita o indivíduo desenvolver sua memória afetiva, e memória lógica (conforme as lembranças e sensações evocadas pelos estímulos sonoros); desenvolvimento da sociabilidade além de promover uma melhor atenção e percepção do ambiente”, pontua a psicóloga, que também é professora de piano, teclado e clarinete. “A psicologia percebe também na musicoterapia a possibilidade de um trabalho integral de alívio da dor, manejo da depressão e ansiedade, pois há técnicas na musicoterapia que possibilitam esse trabalho”, completa a musicoterapeuta.

Educação musical infantil
O casal tem uma escola de música em Caarapó. O ‘Soneto Espaço de Música’ está em atividade desde 2019 sendo voltada para todas as idades. As aulas de educação musical infantil se destacam. Alan contou ao O PROGRESSO que eles fazem trabalho de musicalização para bebês a partir de 1 ano. O trabalho de educação musical também é feito com projetos sociais.

Hoje, a escola de música conta com 75 alunos, oferecendo aulas cursos de violão, teclado, piano, guitarra e contrabaixo. Desde cursos básicos até mesmo cursos preparatórios para quem quer ingressar no mundo acadêmico, como vestibular de música ou concurso, com aulas de teoria musical, harmonia e harmonização. “A nossa escola se destaca pela metodologia, pela forma de ensino. Hoje, nós priorizamos nossos alunos, com aulas voltadas para a prática musical. Além de o aluno aprender a tocar o instrumento, ele entende a sua função na questão teórica também”, diz Almeida.

“Nossos alunos estudam por módulos, iniciante, intermediário e avançado. Então, quanto mais cedo a criança for inserida ao universo musical, mais nós vamos conseguir trabalhar e desenvolver algumas áreas. Na musicalização infantil, a criança tem contato com o desenvolvimento, da fala, do andar, de lateralidade, psicomotricidade, enfim, várias questões fisiológicas, inclusive, são desenvolvidas numa aula para iniciação musical”, conclui.

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