“Um cuidado que complementa”, esse é o nome do projeto desenvolvido pela equipe do Serviço Social do Hospital Geral de Fortaleza (HGF), da rede pública de saúde do Governo do Estado do Ceará, que busca explorar os benefícios da musicoterapia para contribuir com o processo de recuperação e cuidado de pacientes internados da Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Nesta sexta-feira, 25, foram dados os primeiros acordes do programa que acontecerá semanalmente, durante as sextas-feiras.
A escolha por iniciar essa nova modalidade de tratamento pela UTI, foi motivada por ser uma unidade complexa, destinada à pacientes graves ou de risco que requerem assistência permanente, com uma monitorização contínua. Sem intervenção terapêutica direta, pretende-se proporcionar aos pacientes um tempo diário de relaxamento, visto que o ambiente hospitalar, especialmente a UTI, pode se tornar psicologicamente desconfortável. A internação geralmente acontece em um estado crítico e delicado, como consequência de um agravamento da doença, levando o paciente ao sentimento de isolamento familiar, fragilidade e dependência.
“O Serviço Social veio exatamente com esse projeto de trazer um pouco da nossa política de humanização que é aplicada no Sistema Único de Saúde (SUS), levando o bem-estar para o paciente em um momento de fragilidade. Isso é o que a nossa categoria preconiza, e nós sempre estamos atrás do melhor para o paciente, garantindo um atendimento humanizado e proporcionando um bem-estar necessário para o tratamento”, fala Ana Aparecida, assistente social do HGF que, juntamente com a residente Dayane Martins, desenvolveram essa ação.
No primeiro dia do projeto, a apresentação ficou por conta do músico e sanfoneiro Raú Rocha, que utiliza seu dom em trabalhos voluntários há mais de 5 anos. Leondino César Mesquita, 46, que está internado na UTI do HGF desde a última quarta-feira, 23, por conta de um tumor cerebral foi um dos pacientes que mais se motivou com a ação, relatando que nunca viu nada assim e que a iniciativa traz uma nova vida ao ambiente.
“A gente, quando fica internado, acabamos nos deixando levar por um sentimento de tristeza. Então, essa ação é muito boa para nós, porque é um momento em que muda os nossos pensamentos, a gente passa a refletir mais sobre a alegria da vida”, fala o comerciante.
Segundo o médico intensivista e chefe da UTI do HGF, Marcílio Adjafre, a música diminui os ruídos comuns da UTI e traz uma mudança no ambiente.
“A musicoterapia ajuda os pacientes na medida em que tira aquele barulho normal de UTI e coloca um som agradável, um som diferente, torna o ambiente mais agradável. É impressionante como a música deixa o ambiente mais silencioso e, há muito tempo, se sabe que a musicoterapia ajuda na recuperação do doente, ao estimular os centros cerebrais de prazer”, declara o especialista. O titular da UTI ainda complementa, falando que “a ideia é que o projeto se estabeleça e comece a fazer parte da nossa rotina dentro da unidade”.
Musicoterapia
De acordo com a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares, promulgada através da portaria 971 GM/MS em 3 de maio de 2006 e que sofreu alteração em 2017 com a portaria de 849/2017no qual, incluiu, dentre outras, a musicoterapia de maneira a considerar essa ação como recurso facilitador para a promoção, prevenção e recuperação do paciente.
Segundo comprovações científicas, a música é também, um canal que alivia sintomas de várias dores devido ao fato de atingir o sistema límbico, região do cérebro responsável pelas emoções, motivações e afetividades.
fonte: http://www.hgf.ce.gov.br/index.php/noticias/45706-uti-musicaterapia
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