Euforia em uma festa, tristeza ao lembrar de um coração partido, mais concentração para trabalhar. Não importa a situação, parece que sempre há uma música que evoca e potencializa as nossas emoções.
A ciência já comprovou que a música tem mesmo esse poder de mexer com o nosso humor. Uma pesquisa desenvolvida na Universidade da Califórnia e publicada em janeiro deste ano, por exemplo, mostrou que ouvir música pode despertar pelo menos 13 sentimentos: diversão, alegria, erotismo, beleza, relaxamento, tristeza, devaneio, triunfo, ansiedade, medo, aborrecimento, desafio e empolgação.
Mas por que isso acontece? Uma das explicações está no fato de que nosso humor está diretamente relacionado aos neurotransmissores serotonina e dopamina, e a música tem a capacidade de estimular esses circuitos, modulando nossos sentimentos.
Além disso, a memória que determinada música evoca também influencia no sentimento que aquela canção proporciona. Ao longo da vida, vamos fazendo diversas associações entre determinados padrões musicais e emoções. Então, nosso cérebro reage de forma semelhante a cada tipo de música – o que pode explicar, inclusive, porque consideramos algumas músicas boas e outras ruins.
Outro efeito que a música exerce é mexer com a nossa concentração. Ela é capaz de mudar o estado de alerta, adaptabilidade e receptividade de novas informações.
Assim, no curto prazo, ouvir determinadas canções pode melhorar a concentração. Já no longo prazo, pode facilitar a absorção de novos padrões e o aprendizado de linguagens e informações.
E o melhor: esses benefícios valem para crianças e adultos. Por isso, os especialistas recomendam ouvir sempre estilos e instrumentos diferentes, para estimular mais o cérebro.
Música chiclete
Sabe aquela música que faz um enorme sucesso e não sai da sua cabeça, mesmo que você não goste dela? Isso também tem uma explicação.
Algumas “fórmulas” de ritmos e melodias são mais fáceis de assimilar e, por isso, segundo a ciência, viram hits. Uma pesquisa realizada pela Associação Americana de Psicologia em 2016 investigou as chamadas “earworm” (vermes de ouvido, na tradução literal) e encontrou alguns padrões nesse tipo de música.
“Essas canções costumam ser mais rápidas, com uma melodia bastante genérica e fácil de lembrar, mas com alguns intervalos particulares, como saltos ou repetições que as diferenciam de outras canções”, afirma Kelly Jakubowski, principal autora do estudo.
Melodias e harmonias simples, assim como letras fáceis e padrões silábicos, também ajudam a música a ficar na nossa mente. Além disso, doses certas de surpresa e expectativa correspondida trazem satisfação quando ouvimos música.
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