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A arte da música e a inspiração para a vida

A música faz parte da nossa vida. Seja aquela que nos lembra a primeira dança enquanto adolescentes, o karaokê no churrasco com amigos e família, aquela que marca um momento romântico com nosso amor, o tema do filme que marcou época, aquele do comercial que não sai da cabeça, a que cantamos com nossos filhos no carro para a viagem parecer mais curta ou a cantiga para o bebê ninar.

O estilo de música que ouvimos também influencia em nosso comportamento, atitude e pensamentos. A música é feita para todo mundo e para cada emoção. É feita para cada dança e comemoração. Tem de todo tipo e gosto. Seja para celebrar, impressionar ou inspirar alegria, tristeza, paz, amor, dor e oração.

Música é arte. Arte que pode estar envolvida em correr, dirigir, dançar, limpar, cozinhar, sorrir, chorar, trabalhar, pensar, criar e sonhar. Qualquer acontecimento fica mais emocionante, dramático e convidativo quando há uma música, seja de fundo ou principal. Como dizia Victor Hugo“A música expressa o que não pode ser dito em palavras daquele que não pode permanecer calado”.

Na infância, eu me lembro de uma coleção antiga de discos de vinil que meu pai tinha. Os discos eram pesados e cada um de um compositor clássico. Cada LP vinha dentro de um envelope encadernado com a biografia de cada autor. Eu memorizei cada um deles antes mesmo de saber ler ou tocar. Aqueles LPs eram o tesouro da casa. Meu pai os ouvia e me ensinava a reconhecer cada instrumento tocado com esmero em cada sinfonia.

A harmonia das notas, o sentimento e as lembranças que cada composição trazia me inspirava a criar memórias, e hoje, ao relembrar esse tempo, pego-me sorrindo com as memórias de cada vez que ouvimos aqueles compositores.

Eu tinha meus favoritos, influenciada por meu pai segundo a história de cada um. Bach era o mestre, quase da família e predileto entre pai e filha; Beethoven era praticamente nosso vizinho da porta ao lado, o romântico; Handel era conterrâneo de alguns ancestrais e um de meus favoritos por muitos motivos; Tchaikovsky o autor da melodia que eu apanhei por meses para aprender no piano; Verdi lembrava os almoços na casa dos avós; Chopin era o que meu pai usava para treinar os canários a cantar; Mozart, o rebelde talentoso; e tantos outros…

O tempo passou. Eu conheci a MPB e virei fã de carteirinha. Depois a música pop internacional com o tempo da discoteca onde o que importava era os passos nas danças com os primos. Vieram o rock inesquecível de grupos como Queen e Gênesis que forravam as paredes do meu quarto; e os grupos nacionais que marcaram muitas épocas, como 14 BisRoupa NovaLegiãoParalamasTitãsEngenheiros. Conheci corais como Os Meninos de Viena e o perfeito Coro do Tabernáculo Mórmon. E tantos outros ritmos e músicas que embelezam o dia a dia com tantas harmonias.

Não tem jeito. Cada uma delas traz uma história ou memória diferente, ajuda a lembrar que tudo já foi e que pode ser melhor que o agora.

Educando os ouvidos para a boa música

Eu tive o privilégio de ter um pai que amava música e me passou isso. Ainda hoje quando escrevo ou fotografo, se houver um fundo musical que me inspira, as palavras fluem mais facilmente. Confesso que quando dirijo é a minha chance de extravasar as tensões ouvindo e cantando minhas favoritas.

Da mesma forma, músicas com letras tendenciosas e vulgares me trazem um sentimento de desespero.

Ensinando os filhos a apreciar a boa música

Tantas memórias e momentos únicos entre eu e meu filho temos quando cantamos juntos nossas canções favoritas nas muitas viagens que fizemos. “A dona aranha subiu pela parede…”, e o progresso de ritmos e sons enquanto crescia. Hoje um rapaz, no iPod dele, elas estão lá! Os clássicos do rock da minha época também. Quanto orgulho! Vez ou outra ele vem me pedir pra ouvir uma música que é legal ou interessante e não é que o rapaz tem bom gosto?

Desenvolver o talento de criar música

Eu aprendi um pouco de piano aqui, flauta ali, canto acolá. Meu filho se interessou pelo violino e pelo contrabaixo e tocou por muitos anos na orquestra da cidade. Composição e canto também fazem parte da vida. Se a criança exprime o desejo de aprender, e nós temos condições de promover o estudo, isso ajudará em muito. É comprovado que o estudo da música melhora o entendimento das matérias exatas na escola, e a memória em geral.

O uso da música para fins terapêuticos

Já repararam que quando estamos passando por situações difíceis na vida, a primeira coisa que fazemos é praticamente parar de ouvir música? Nós geralmente nos fechamos em nosso mundo e esquecemos das ferramentas que temos para ajudar em nosso autocontrole e prevenção da depressão.

A música pode ser uma ferramenta útil para descontrair, liberar o estresse, dar esperança, enfrentar medos, divertir-se, conhecer novas pessoas e mesmo nos transportar mais próximos de Deus.

A música como arma de destruição

Segundo um estudo pela Universidade de Londres, a música afeta como vemos as coisas, como expressamos nossas emoções e a rapidez com que vamos de um extremo ao outro em nosso comportamento. A pesquisa também explicou como a música evoca pensamentos através de sua forma abstrata de linguagem, muitas vezes com o ouvinte nem entendendo o que é cantado.

Ou seja, como tudo na vida tem um lado bom e outro ruim, algumas músicas também influenciam a atos não muito nobres, como sexualidade indiscriminada, vícios, drogas, álcool, liberalismo sexual, violência, desrespeito ao corpo feminino e até crimes.

Alguns ritmos hipnotizantes e mesmo propositalmente incitantes podem lavar com lama o cérebro dos valores aprendidos e instituir pensamentos que se transformam em ações bem rapidamente, e algumas destas podem nos levar a nos arrepender de alguns atos pelo resto de nossa vida.

A música que inspira x A música que desvia

Assista a este vídeo. Note como a boa música encanta pessoas de todas as idades.

É importante prestar atenção no que estamos ouvindo e o que fazemos nossa família ouvir. É importante filtrar os sons e peneirar os líricos. É essencial estabelecer o limite entre o que inspira e o que incita a atos vulgares.

Verifique o que seus filhos ouvem. Ensine informalmente a apreciarem a boa música, mas também pontualmente, dando o exemplo sobre os ritmos e seus derivados. É a constância e permissão de uma melodia ou realidade confusa e duvidosa que desvia um pensamento.

Se podemos ter o melhor, por que nos contentarmos com menos?

Temos muitas músicas maravilhosas e especiais que são parte de nossa vida. A apreciação cautelosa e o desenvolvimento do bom gosto ajudam na formação da personalidade e da identidade.

Respeitar os gostos alheios faz parte, e preservar os outros de serem obrigados a ouvirem o que gostamos também. Na maioria dos países do mundo, ainda temos a liberdade de ir e vir, ou seja, de sairmos de um local onde certas músicas são tocadas. E de usar fones de ouvido também.

Ouça música. Boa música. O tipo que sua alma precisa.

Fonte: https://www.familia.com.br/a-arte-da-musica-e-a-inspiracao-para-a-vida/

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