No dia das mães ela pode ser homenageada com uma linda canção em sua casa feita por Flávio Véspero.
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Nossos animais, como membros da família que são, compartilham atividades e gostos conosco. Certo? Ou pelo menos é isso que os donos acreditam. Certamente, mais de uma vez você foi surpreendido com o seu gato olhando atentamente a tela da televisão. Ou achou seu cão dormindo com serenidade enquanto escutava uma boa melodia de fundo.
No desejo de demonstrar que os animais gozam da música tanto como os humanos, algumas pesquisas têm sido feitas e, ao longo dos anos, surgiunovas disciplinas, como é o caso da zoomusicologia.
– Tempos atrás, Galaxie (a rede de canais musicais da rádio nacional canadense) realizou um estudo que concluiu que os animais domésticos são aficionados à música.
Observaram que cães e gatos reagiam de maneira distinta com canções diferentes e até tinham temas favoritos. Também advertiram que, quando os animais de estimação ficavam a sós em casa, preferiam escutar uma suave música de fundo do que o silêncio.
– Os cientistas da Escola de Psicologia da Universidade de Queenschegaram à conclusão de que a música clássica ajuda no relaxamento dos cães, reduz os latidos e aumenta o tempo que dedicam ao descanso.
Ao contrário, se fizermos ele escutar músicas como o estilo heavy metal, aumentarão o nível de agitação e os latidos se tornarão intermináveis. Qualquer efeito parecido que essas músicas provocam nos humanos, não parece ser uma simples coincidência.
– Faz mais de 100 anos que um experimento no Zoológico de Bronx foi realizado. O teste foi publicado no jornal The New York Times com o nome “Os efeitos da música sobre Animais do Zoo“.
A matéria relatava as reações de diferentes espécies ante os estímulos musicais. Por exemplo, observou-se que os orangotangos gostam das interpretações de Caruso e que mexiam seu corpo ao compasso do suingue. Ao contrário, os coiotes e lobos manifestavam susto e falta de tranquilidade.
– Cem anos mais tarde, um psicólogo da Universidade de Wisconsin fez um estudo com primatas e verificou que os macacos reagiam aos sons de acordo com a intensidade: algumas melodias os relaxavam e outras alteravam seus comportamentos.
Como? Gerou melodias relaxantes emitidas por instrumentos cujos sons e frequências são particularmente atraentes para eles. Sua música também tem efeitos especiais como o som dos pássaros, uivos e latidos.
– Outros estudos verificaram que algumas vacas aumentaram a produção de leite quando escutavam “As quatro estações”, de Vivaldi, e que os porcos engordam mais rapidamente ao ouvir Mozart como música de fundo.
Os pesquisadores concluíram que a causa desses efeitos foi o ritmo e não a melodia.
A zoomusicologia – também chamada zoosemiótica – é uma fusão entre a zoologia e a musicologia, que estuda a música dos animais e como estes seres respondem aos sons e que efeitos são provocados sobre eles.
O psicólogo Charles Snowdon descobriu que a melhor maneira de estudar o efeito da música nestes seres era criar uma determinada música para cada espécie, visto que eles escutam em frequências diferentes dos humanos.
Foi então que especialistas geraram música a partir da mistura dos ritmos, com a mesma faixa de frequências que os felinos utilizam para se comunicar entre eles, e canções que têm um ritmo similar ao ritmo do ronronado.
Logo, pegando como mostra 47 gatos, determinou-se que os animais mostraram sua preferência pelas canções compostas especialmente para eles.
Cada vez que soavam estas melodias, alguns dos gatos roçavam o rostocom os alto-falantes. Em contrapartida, permaneciam apáticos quando tinham que escutar a tradicional música clássica que os humanos desfrutam.
O certo é que, embora tudo pareça demonstrar que as pessoas têm gostos diferentes dos queridos animais de estimação, em matéria musical, compartilhamos o gosto por escutar uma boa música, de acordo com os parâmetros de cada um.
Em 2015 o grupo Viola Baguá fez um ensaio aberto no parque dos Meninos.
Musica: Cuitelinho “Domínio Publico”
O choro, popularmente chamado de chorinho, é um gênero de música popular e instrumental brasileira surgido no Rio de Janeiro em meados do século XIX. Conheça aqui os principais fatos da História do Choro.
O choro pode ser considerado como a primeira música urbana tipicamente brasileira e ao longo dos anos se transformou em um dos gêneros mais prestigiados da música popular nacional, reconhecido em excelência e requinte.
Tem como origens estilísticas o lundu, ritmo de inspiração africana à base de percussão, com gêneros europeus. A composição instrumental dos primeiros grupos de choro era baseada na trinca flauta, violão e cavaquinho – a esse núcleo inicial do choro também se chamava pau e corda, por serem de ébano as flautas usadas, mas com o desenvolvimento do gênero, outros instrumentos de corda e sopro foram incorporados.
O choro é visto como o recurso do qual se utilizou o músico popular para executar, ao seu estilo, a música importada e consumida nos salões e bailes da alta sociedade do Império a partir da metade do século XIX.
Sob o impulso criador e improvisado dos chorões, logo a música resultante perdeu as características dos seus países originários e adquiriu feições genuinamente brasileiras.
A improvisação é condição básica do bom chorão, termo ao qual passou a ser conhecido ao músico integrante do choro, bem como requer uma alta virtuosidade de seus intérpretes, cuja técnica de composição não deve dispensar o uso de modulações imprevistas e armadas com o propósito de desafiar e a capacidade ou o senso polifônico dos acompanhantes. Além disso, admite uma grande variedade na composição instrumental de cada conjunto e comporta a participação de um grande número de participantes, sem prefixar seu número.
Os primeiros conjuntos de choro surgiram por volta da década de 1870, nascidos nas biroscas do bairro Cidade Nova e nos quintais dos subúrbios cariocas. O flautista e compositor Joaquim Antônio da Silva Calado, os pianistas Ernesto Nazaré e Chiquinha Gonzaga, e o maestro Anacleto de Medeiros compuseram quadrilhas, polcas, tangos, maxixes, xotes e marchas, estabelecendo os pilares do choro e da música popular carioca da virada do século XIX para o século XX, que com a difusão de bandas de música e do rádio foi ganhando todo o território nacional. Herdeiro de toda essa tradição musical, Pixinguinha consolidou o choro como gênero musical, levando o virtuosismo na flauta e aperfeiçoando a linguagem do contraponto com seu saxofone e organizou inúmeros grupos musicais, tornando-se o maior compositor de choro.
Como ocorre com outros gêneros musicais, existem inúmeras discussões entre os pesquisadores sobre a gênese da palavra “choro”. Dentre as versões conhecidas, uma diz respeito que o termo surgiu de uma fusão entre “choro”, do verbo chorar, e “chorus”, que em latim significa “coro”. Para Lúcio Rangel e José Ramos Tinhorão, a expressão choro pode derivar da maneira chorosa de se tocar as músicas estrangeiras no final do século XIX e os que a apreciavam passaram a chamá-la de música de fazer chorar. Por extensão, próprio conjunto de choro passou a ser denominado pelo termo, por exemplo, “Choro do Calado”. Já Ari Vasconcelos vê a palavra choro seria uma corruptela de choromeleiros, corporações de músicos que tiveram atuação importante no período colonial brasileiro. Os choromeleiros não executavam apenas acharam ela, mas outros instrumentos de sopro. O termo passou a designar, popularmente qualquer conjunto instrumental. Câmara Cascudo arrisca que o termo pode também derivar de “xolo”, um tipo de baile que reunia os escravos das fazendas, expressão que, por confusão com a parônima portuguesa, passou a ser conhecida como “xoro” e finalmente, na cidade, a expressão começou a ser grafada com “ch”.
No princípio, a palavra designava o conjunto musical e as festas onde esses conjuntos se apresentavam, mas já na década de 1910 se usava o termo para denominar um gênero musical consolidado. Atualmente, o termo “choro” tanto pode ser usado nessa acepção como para nomear um repertório de músicas que inclui vários ritmos. A despeito de algumas opiniões depreciativas sobre a palavra “chorinho”, essa também se popularizou como referência ao gênero, designando um tipo de choro em duas partes, ligeiro, brejeiro, muito comunicativo.
Tido como a primeira música popular urbana típica do Brasil, a História do Choro está ligada com a chegada, em 1808, da Família Real portuguesa ao Brasil. Promulgada capital do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves em 1815, o Rio de Janeiro passou, então, por uma reforma urbana e cultural, quando foram criados cargos públicos. Com a corte portuguesa vieram instrumentos de origem européia como o piano, clarinete, violão, flauta, bandolim e cavaquinho, bem como seus instrumentistas. Com esses viajantes, chegou ao Brasil a música de dança de salão européia, como a valsa, a quadrilha, amazurca, a modinha, a schottish e principalmente a polca, que viraram moda nos bailes daquela época.
A reforma urbana, os instrumentos e as músicas estrangeiras, juntamente com a abolição do tráfico de escravos no Brasil em 1850, foram condições históricas para o surgimento do choro, já que possibilitou a emergência de novos ofícios para as camadas populares. Nesse contexto, tendo como origens estilísticas o lundu, ritmo de inspiração africana à base de percussão, com gêneros europeus, nasceu o choro no Rio de Janeiro, por volta de 1870. Esses grupos de instrumentistas populares, a quem se daria mais tarde o nome de chorões, eram oriundos de segmentos da classe média baixa da sociedade carioca, sendo em sua grande maioria modestos funcionários de repartições públicas – como da Alfândega, dos Correios e Telégrafos e da Estrada de Ferro Central do Brasil – cujo trabalho lhes permitiam uma boemia regular, e geralmente moradores da Cidade Nova. Sem muito compromisso e sem precisar tocar por dinheiro, essas pessoas passaram a formar conjuntos para tocar de “ouvido” essas músicas, que juntamente com alguns ritmos africanos já enraizados na cultura brasileira, como o batuque e o lundu, passaram a ser tocadas de maneira abrasileirada pelos músicos que foram então batizados de chorões. Inicialmente, se reuniam aos domingos nos chamados pagodes no fundo dos quintais dos subúrbios cariocas ou nas residências da Cidade Nova. Com isso, se tornaram os principais canais de divulgação do estilo para o povo. Um dos preceitos desses pagodes ou tocatas domingueiras era uma mesa farta em alimentos e bebidas.
As formações pioneiras adotavam como terno de instrumentos a flauta, o violão e o cavaquinho. A flauta como “solista”, o violão na “baixaria” e o cavaquinho como “centro”. Aos poucos, os chorões passaram a se apresentar constantemente em saraus da elite imperial, executando os gêneros europeus mais em voga imprimindo uma genuína cultura afro-carioca, sempre com improvisações e desafios entre os instrumentistas solistas e de acompanhamento, que foram consolidando o estilo.
As mais antigas referências a esses grupos de músicos mencionam o flautista Calado como o iniciador e organizador desses primeiros conjuntos. Como era professor da cadeira de flauta do Conservatório Imperial, Calado teve grande conhecimento musical e reuniu em torno de si os melhores músicos da época, que tocavam por simples prazer e descompromisso de fazer música. O conjunto instrumental “O Choro de Calado” costumava se reunir sem ideia prévia quanto a composição instrumental ou quanto ao número de figurantes de cada grupo. Foi também ele o pioneiro em grafar a palavra choro no local destinado ao gênero em uma de suas partituras – a da polca “Flor Amorosa” -, até então, os compositores se limitavam a indicar, como gênero, os ritmos tradicionais. A polca “Flor Amorosa”, composta por Calado em 1867 é considerada a primeira composição do gênero. Desse conjunto fez parte Viriato Figueira, seu aluno e amigo e também sua amiga, a maestrina Chiquinha Gonzaga, uma pioneira como a primeira chorona, compositora e pianista do gênero.
Em 1877, Chiquinha Gonzaga (mais em História das Marchinhas de Carnaval) compôs “Atraente”, e em 1897, “Gaúcho” ou “Corta-Jaca”, grandes contribuições ao repertório do gênero, entre outras composições, como “Lua Branca”. O choro era considerado apenas uma maneira mais sincopada (pela influência do lundu e do batuque) de se interpretar aquelas músicas, portanto recebeu fortes influências, porém aos poucos a música gerada sob o improviso dos chorões foi perdendo as características dos seus países de origem e os conjuntos de choro proliferaram na cidade, estendendo-se ao Brasil.
A partir dos primeiros anos da República, há menção de outros conjuntos de chorões incorporando outros instrumentos de cordas, bem como a utilização de instrumentos de banda com a função de solistas ou concertante dentro dos grupos. Eram os casos do bandolim, da bandola, da bandurra, do bombardino, do bombardão, da clarineta, do flautim, do oficlide, do pistom, do saxofone e do trombone. Era a participação ocasional ou improvisada desses instrumentos que determinava a função de cada um no conjunto musical, que era determinada de acordo com a capacidade do executante, tanto se incumbindo do solo como do contracanto ou mesmo as duas coisas alternadamente. Constituídos de polcas, xotes, tangos e valsas, o repertório era assinado por autores brasileiros, em sua maioria, os próprios conjuntos. Essas primeiras composições de choro com características próprias foram compostas por Joaquim Calado, Chiquinha Gonzaga, Anacleto de Medeiros e Ernesto Nazareth, dentre outros.
Durante as primeiras décadas do século XX, as havaneiras, as polcas, os tangos, os xotes eram já designadas simplesmente como choros, termo que passou não apenas a denominar um gênero musical genuinamente popular e brasileiro, como também rotular a produção dos músicos chorões. Os conjuntos de choro foram muito requisitados nas gravações fonográficas que, no Brasil, tiveram início em 1902. O compositor Anacleto de Medeiros, regente da banca do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro, foi um dos primeiros ao participar das primeiras gravações do gênero. Misturou a xote e a polca com as sonoridades brasileiras. Como grande orquestrador, adaptou a linguagem das rodas de choro para as bandas.
O virtuoso da flauta Patápio Silva, considerado o sucessor de Joaquim Calado, ficou famoso por ser o primeiro flautista a fazer um registro fonográfico. Autor de “Sons de Carrilhões”, o violonista João Pernambuco trouxe do sertão sua forma típica de canção e enriqueceu o gênero com elementos regionais, colaborando para que o violão deixasse de ser um mero acompanhante na música popular. Músico de trajetória erudita e ligado à escola européia de interpretação, Ernesto Nazareth compôs “Brejeiro” (1893), “Odeon” (1910) e “Apanhei-te Cavaquinho” (1914), que romperam a fronteira entre a música popular e a música erudita, sendo vitais para a formação da linguagem do gênero.
Um dos maiores compositores da música popular brasileira, Pixinguinha contribuiu diretamente para que o choro encontrasse uma forma musical definitiva. Também tenor, arranjador, saxofonista e flautista, ele formou em 1919 o conjunto Oito Batutas, formado por Pixinguinha na flauta, João Pernambuco e Dongano violão, dentre outros músicos. Fez sucesso entre a elite carioca, tocando maxixes e outros choros. Quando compôs “Carinhoso”, entre 1916 e 1917 e “Lamentos” em 1928, que são considerados dois dos choros mais famosos, Pixinguinha foi criticado e essas composições foram consideradas como tendo uma inaceitável influência do jazz. Outras composições de Pixinguinha, entre centenas, são “Rosa”, “Vou vivendo”, “Lamentos”, “1 a 0”, “Naquele tempo” e “Sofres porque Queres”.
Na década de 1920, o maestro Heitor Villa-Lobos compôs uma série de 16 composições dedicadas ao Choro, mostrando a riqueza musical do gênero e fazendo-o presente na música erudita. A série é composta de 14 choros para diversas formações, um Choro Bis e uma Introdução aos Choros. Se a série tem o título “Choros”, individualmente o nome de cada composição vem sempre no singular. O Choro nº 1 foi composto para violão solo.
Existem também choros para conjuntos de câmara e orquestra. A peça Choro nº 13, de Heitor Villa-Lobos, foi composta para duas orquestras e banda. Já o Choro nº 14 é para orquestra, coro e banda. Uma das composição mais conhecida e executada dentre os choros orquestrais de Villa-Lobos é o Choro nº 10, para coro e orquestra, que inclui o tema “Rasga o Coração” de Catulo da Paixão Cearense. Devido à grande complexidade e à abrangência dos temas regionais utilizados pelo compositor, a série é considerada por muitos como uma das suas obras mais significativas.
Também a partir da década de 1920, impulsionado pelas gravadoras de discos e pelo advento do rádio, o choro fez sucesso nacional com o surgimento de músicos como Luperce Miranda e do pianista Zequinha de Abreu, autor de Tico-Tico no Fubá, além de grupos instrumentais que, por dedicar-se à música regional, foram chamados de regionais, como o Regional de Benedito Lacerda, que tiveram como integrantes Pixinguinha e Altamiro Carrilho, e Regional do Canhoto, que tiveram como integrantes Altamiro e Carlos Poyares.
Ocorreu uma revitalização do gênero na década de 1970. Em 1973, uniram-se o Conjunto Época de Ouro e Paulinho da Viola no show Sarau. Foram criados os Clubes do Choro em Brasília, Recife, Porto Alegre, Belo Horizonte, Goiânia e São Paulo, dentre outras cidades. Surgiram grupos jovens dedicados ao gênero, como Galo Preto e Os Carioquinhas. O novo público e o novo interesse pelo gênero propiciou também a redescoberta de veteranos chorões, como Altamiro Carrilho, Copinha e Abel Ferreira, além de revelar novos talentos, como os bandolinistas Joel Nascimento e Déo Rian e o violonista Rafael Rabello.
Festivais do gênero ocorreram no ano de 1977. A TV Bandeirantes de São Paulo promoveu duas edições do Festival Nacional do Choro e a Secretaria de Cultura do Rio de Janeiro promoveu o Concurso de Conjuntos de Choro.
Em 1979 com o LP “Clássicos em Choro”, o flautista Altamiro Carrilho fez sucesso tocando músicas eruditas em ritmo de choro. Também naquele ano, por ocasião do evento intitulado “Tributo a Jacob do Bandolim”, em homenagem aos dez anos do falecimento do bandolinista, é criado o grupo Camerata Carioca, formado por Radamés Gnatalli, Joel Nascimento e Raphael Rabello, dentre outros músicos.
A década de 1980 foi marcada por inúmeras oficinas e seminários de choro. Importantes instrumentistas se reuniram para discutir e ensinar o gênero às novas gerações. Em 1986, realizou-se o primeiro Seminário Brasileiro de Música Instrumental, em Ouro Preto, uma proposta ampla que ocasionou uma redescoberta do choro.
A partir de 1995 o gênero foi reforçado por grupos que se dedicaram à sua divulgação e modernização e pelo lançamento de CDs.
O choro entra no terceiro século da sua existência, com uma bagagem de mais de 130 anos, completamente firmado como um dos principais gêneros musicais do Brasil. São milhares de discos gravados e centenas de chorões que marcaram presença. O choro além de ser um gênero musical rico e complexo, é também um fenômeno artístico, histórico e social.
Em 4 de setembro de 2000, foi sancionada lei que criava o dia nacional do choro, a ser comemorado no dia 23 de abril, em homenagem ao nascimento de Pixinguinha. No Estado de São Paulo, existe o Dia Estadual do choro, comemorado no dia 28 de junho, dia em que nasceu Garoto, um dos principais expoentes paulistas do choro.
FONTE
1. Braguinha
O músico foi responsável pela versão brasileira das canções de animações da Disney como Branca de Neve e os Sete Anões (1938), Pinóquio (1940), Dumbo (1941) e Bambi (1942). Compôs, ao lado de Pixinguinha, o eterno clássico do choro “Carinhoso”.
2. Caetano Veloso
Aos 4 anos de idade, Caetano compôs sua primeira canção. Antes de se dedicar definitivamente à música, Caetano trabalhou como crítico de cinema para o Diário de Notícias na década de 60. Seu chefe era ninguém menos que Glauber Rocha. Foi com os contatos do jornal que conseguiu seu primeiro trabalho musical: compor a trilha sonora da peça Boca de Ouro, de Nelson Rodrigues.
3. Chico Buarque
Quando criança, o cantor tinha um álbum de recortes com fotos de cantores do rádio. Ele compôs suas primeiras músicas aos 9 anos de idade. Eram marchinhas de carnaval. A marcha-rancho “A Banda”, que ganhou o 1º Festival da Música Popular Brasileira (1966), foi traduzida para diversos idiomas. Ela também entrou para o repertório da Band of Irish Guards, uma das corporações musicais que se apresentam durante a troca de guarda do Palácio de Buckingham, na Inglaterra.
4. Chico Science
O pernambucano era conhecido como o “cientista dos ritmos”. Fundou, nos anos 90, o manguebit, movimento de contracultura que faz uso da diversidade musical para fazer uma crítica social. Morreu aos 33 anos, vítima de uma falha do cinto de segurança em um acidente de carro.
5. Chiquinha Gonzaga
Quando Francisca Edwiges Neves Gonzaga, a primeira compositora de música popular brasileira, se viu obrigada a escolher entre o marido e o piano, não teve dúvidas: “Senhor meu marido, fico com o piano, porque eu não posso viver sem harmonia”. O casal se separou. Ela produziu cerca de 2 mil músicas. A mais conhecida é “Ó abre alas”, de 1899, considerada a nossa primeira marcha carnavalesca. Chiquinha Gonzaga lutou durante sua vida pelos direitos autorais de sua música. Na sociedade machista da época, muitos não acreditavam que era ela quem fazia suas músicas. Chiquinha foi a primeira no Brasil a reivindicar esse direito do compositor.
6. Dorival Caymmi
Aos 13 anos, Dorival parou de estudar para trabalhar no jornal O Imparcial, que fechou em 1929. Seu emprego seguinte foi em uma distribuidora de bebidas. Foi demitido depois que, junto com amigos, decidiu experimentar as amostras do estoque. Gravou 28 discos, incluindo parcerias, e compôs 120 canções. O baixo número de composições deu a Caymmi a fama de preguiçoso.
7. Gilberto Gil
Apesar da ligação com o meio musical, Gilberto Gil não guarda discos em casa e raramente ouve música. Tocar violão no tempo livre, só de vez em quando. Gil é formado em administração de empresas pela Universidade da Bahia. Seu primeiro emprego foi como fiscal da alfândega em Salvador. Depois, ele trabalhou na Gessy Lever, em São Paulo.
8. Heitor Villa-Lobos
Villa-Lobos estreou como músico “modernista” na Semana de Arte Moderna de 1922, realizada no Teatro Municipal de São Paulo. Apresentou “Sonata nº 2”, “Danças Características Africanas”, “Quarteto Simbólico” e “Impressões da Vida Mundana” em meio a vaias e urros da plateia. Em um dos concertos, entrou de casaca e de chinelos, porque estava com gota em um dos pés. Era um mitômano assumido (tinha mania de contar mentiras). Uma das histórias mais conhecidas envolvendo seu nome é a de que teria escapado por pouco de ser devorado por índios antropófagos.
9. João Gilberto
Quando ensaiava a música O pato, João Gilberto fez vários testes para saber o quanto poderia cantar baixinho e ainda assim ser ouvido. Ele deixava a porta do apartamento do colega Ronaldo Bôscoli aberta e sussurava o pato, o pato do outro extremo do corredor. Um dos ensaios precisou ser interrompido porque Astrud, o gato de sua esposa, caiu do parapeito da janela. Os músicos inventaram que Astrud teria cometido suicídio porque não aguentava mais ouvir João Gilberto cantando O pato.
10. Jorge Ben
Seu primeiro sucesso, “Mas Que Nada”, foi apresentado pela primeira vez em 1963 no Beco das Garrafas, casa noturna de Copacabana. A música é o hit em português mais executado nos Estados Unidos.
11. Luiz Gonzaga
Antes de gravar o primeiro álbum cantado, em 1945, Luiz Gonzaga já havia lançado 32 instrumentais. Gonzagão tinha o hábito de presentar com sanfonas quem ele achasse que tinha talento. Joquinha Gonzaga, sobrinho do músico, é o único sanfoneiro vivo da família. Ele está tentando convencer seu filho Luiz Januário a manter a tradição. Uma ave inspirou Luiz Gonzaga a compor sua música mais conhecida. A Asa Branca é considerada a maior pomba do país, tem de 34 a 37 cm e exibe uma grande faixa branca nas asas.
12. Lupicínio Rodrigues
Uma greve de condutores de bonde serviu de inspiração para Lupicínio compor o hino do Grêmio. Por isso, a música começa com a frase “Até a pé nós iremos”. O samba “Vingança”, um de seus maiores sucessos, tem uma história engraçada. Lupicínio se apaixonou por uma prostituta carioca e a levou para morar em seu sítio. Viajou e, ao voltar, descobriu que ela havia seduzido o caseiro.
13. Milton Nascimento
Quando criança, seu apelido era Bituca, por causa do bico que fazia quando era contrariado. O Clube da Esquina foi criado em 1970. O nome era uma referência aos encontros musicais de Márcio e Lô Borges, Wagner Tiso, Milton Nascimento e Beto Guedes na esquina das ruas Divinópolis e Paraisópolis, no bairro de Santa Teresa, em Belo Horizonte.
14. Pixinguinha
O apelido de Alfredo da Rocha Viana Filho vem de pizidim (“menino bom”, no dialeto africano falado por sua avó) e bexiguinha, como era chamado na época em que contraiu varíola. O músico foi fonte de pesquisa de Mário de Andrade para o livro Macunaíma. O escritor recolheu depoimentos sobre rituais de candomblé frequentados por Pixinguinha. Como forma de homenagem, Mário de Andrade colocou o músico dentro de seu livro. Ele é representado pelo “negrão filho de Ogum, bexiguento e fadista de profissão”, do episódio em que é retratada uma sessão de macumba.
15. Raul Seixas
Seu apelido de infância era Raulzito. Certa vez, a mãe dele, Maria Eugênia Santos Seixas, chegou em casa e o encontrou dentro da geladeira com o nariz sangrando. Era uma aposta entre ele e seu irmão Plínio para ver quem conseguia ficar mais tempo dentro do refrigerador. Raulzito não gostava de estudar. Repetiu cinco vezes a 2ª série do ginásio.
16. Renato Russo
Renato sofria de uma rara doença óssea chamada epifisiólise, que causa a morte do tecido que protege a “cabeça” do fêmur. Ele descobriu o problema aos 15 anos, e precisou passar por uma cirurgia. Depois, teve de passar seis meses em repouso absoluto. Renato declarou mais tarde que aproveitou esse tempo para ouvir música, e, no fim das contas, o período de recuperação acabou contribuindo para sua formação musical.
17. Roberto Carlos
O disco Louco Por Você (1961), de Roberto Carlos, é o mais cobiçado do mercado brasileiro. Foram feitas apenas 500 cópias, e o disco nunca mais foi relançado. Entre os colecionadores, é cotado em até 3 mil reais. Ao contrário de quase todos os seus outros LPs, não há a foto de Roberto na capa. O cantor e compositor já vendeu cerca de 85 milhões de discos no mundo ao longo da carreira. Em 1994, tornou-se o primeiro artista latino-americano a vender mais discos que os Beatles.
18. Tim Maia
O músico tinha 18 irmãos. Ele compôs sua primeira canção aos 8 anos. Tocou com Roberto e Erasmo Carlos no grupo de rock Os Sputniks. Foi ele quem ensinou a Erasmo os primeiros acordes de violão.
19. Tom Jobim
“Incerteza” foi a primeira música composta por Tom Jobim a ser gravada. O cantor Mauricy Moura foi o intérprete. Tom Jobim chegou a tentar uma carreira de ator, mas não foi longe. Ele aparece no filme Pluft, o Fantasminha (1962), dirigido pelo francês Jean Romain Lesage. Em 1968, a música “Sabiá”, escrita por Tom em parceria com Chico Buarque, ganhou o 3º Festival Internacional da Canção da Globo. O público não gostou do resultado e vaiou os compositores.
20. Tom Zé
Tom Zé estudou na Escola de Música da Universidade Federal da Bahia, mesmo lugar por onde passaram Gilberto Gil e Caetano Veloso. Foi professor de música no início da carreira. Um de seus alunos foi Moraes Moreira.
“Vitrines de Poesia” é o resultado da união entre Literatura e Música. Trata-se de um espetáculo lítero-musical, que parte de temas variados como o cotidiano, a existência, e os sentimentos humanos, enfim a vivência na cidade. O repertório consiste de composições e poesias de vários escritores e compositores brasileiros, e de obras que estejam em domínio público. É apresentado também neste repertório composições autorais de Flavio Vespero.
Inscrições: Não há inscrições
Classificação Etária: Livre
Site: http://www.santoandre.sp.gov.br/biblioteca/pesquisa/
Mais Informações: (11) 4433-0760
Localização: Biblioteca Nair Lacerda
Endereço: Praça IV Centenário, s/nº – Centro – Santo André.
14/04/2018 às 10:00 (45 minutos)
Preço: Grátis
A musicoterapia é utilizada para aliviar e auxiliar no tratamento de diversas doenças e transtornos. Conheça todos os detalhes dessa técnica
Ao imaginarmos até que ponto os benefícios das canções podem chegar, é de conhecimento de poucos que os acordes e tons são capazes de contribuir no tratamento de diversos transtornos e, até mesmo, de levar alegria para as pessoas que estejam enfrentando uma situação conturbada. Acredite: isso já existe e se chama musicoterapia (possui, inclusive, graduação em ensino superior).
“A musicoterapia é aplicada em tratamentos da área da saúde, pois desenvolve na pessoa a alegria e a motivação. Àquelas pessoas que se encontram em uma situação de vazio, de solidão, causada por uma doença ou por um momento, a música as transporta para outra realidade”, comenta o musicoterapeuta David Maldonado.
O profissional também exemplifica outros momentos em que as canções podem ser utilizadas; por exemplo, se uma pessoa tem dificuldade para se locomover, a música, por meio de sua frequência, irá determinar um ritmo, facilitando em sua mobilidade. Outro caso é o de alguém tem dificuldades em manter a atenção por muito tempo; com o tratamento, dedicará sua atenção aos instrumentos e na execução, potencializando sua concentração.
A equação música + tratamento pode resultar em melhorias para pessoas que sofrem com alguma disfunção. O musicoterapeuta elenca alguns casos:
– Estresse: “A pessoa deve identificar a origem desse problema e tomar algumas atitudes, que variam: ficar em silêncio, ouvir uma música boa de seu gosto pessoal que induza o relaxamento, seja instrumental ou não. Outra opção para auxiliar no alívio é tocar um instrumento, como a bateria”.
– Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH): “Além dos métodos terapêuticos, o paciente pode aprender a tocar algum instrumento musical, pois isso irá contribuir no tratamento”.
– Acidente vascular cerebral (AVC): “A música pode colaborar com a reabilitação social, emocional, física e, principalmente, da linguagem, porque a pessoa voltará a se expressar naturalmente”.
– Autismo: “Por meio da música, vemos, aos poucos, que as pessoas com autismo vão adquirindo uma maior expressividade, se organizando melhor, se acalmando e ampliando a atenção, o que resulta no processo da aprendizagem de novas capacidades”.
Música ao ar livre no parque Salvador Arena, em São Bernardo do Campo. Esse clipe foi gravado a mais de um ano, a reação do público foi surpreendente.
Música: SOL, SAUDADES E PÃO NO FORNO
Música autoral – Gonçalo Pavanello e Hélio Góes.
Pesquisadora entra em grupo amador de canto e escreve livro para provar, com fundamento científico, porque soltar a voz faz bem
A escritora americana Stacy Horn publicou um livro que tenta provar com meios científicos o que quase todo mundo sente na pele: cantar faz bem à saúde. Em Imperfect Harmony: Finding Happiness Singing With Others (“Harmonia Imperfeita, Encontrando Felicidade Cantando com Outros”, na tradução literal, sem versão no Brasil), lançado no início de julho, a escritora conta a sua experiência e lança um convite geral para as pessoas participem de grupos de canto – e quanto mais amadores, melhor.
Horn entrou em um coral em Nova York quando tinha 26 anos e estava diagnosticada com depressão. Hoje, Horn recomenda o passatempo baseado em termos científicos.
Em termos de pesquisas, a área recebeu bastante atenção de cientistas ao redor do mundo, o que permitiu substituir as antigas especulações por informações mais palpáveis. Entre os fatos descobertos está o de que mais do que escutar, o ato de cantar melhora sensivelmente a produção de neurotransmissores responsáveis pelo controle da ansiedade, estresse e também pela sensação de prazer. Melhor do que simplesmente cantar, é cantar em grupo, e quanto mais amador melhor.
O uso da música como remédio ou instrumento mágico de cura é uma prática tão antiga quanto a própria música. Sob o nome de musicoterapia, especula-se os benefícios trazidos pela música a tratamento de depressão, esquizofrenia e até motores. Nestes casos, trata-se da aplicação da música em tratamentos neurológicos, como em casos de pacientes de Mal de Parkinson e Alzheimer, o que a dá outro nome: neuromusicoterapia.
Grupos de corais se tornaram objetos de estudo a partir dos bons resultados em termos de satisfação e saúde que apresentavam a seus membros. Além dos benefícios do ato de cantar em si, o coral ajuda a cumprir uma função social, extremamente importante para pacientes de doenças crônicas, por exemplo.
Um estudo de 2004, na Alemanha, avaliou alguns dos efeitos de se cantar em coral e constatou que a prática afeta positivamente a produção de cortisol, hormônio ligado ao controle do stress, imunidade e a presença de açúcar no sangue. Em 2012, o Departamento de Psicologia Experimental da Universidade de Oxford concluiu que o ato de cantar (assim como o de dançar) desencadeava a produção de endorfina, ligada à imunidade a dor e à sensação de prazer. Os mesmos efeitos não foram percebidos em pessoas que apenas escutaram à música.
Dois pesquisadores turcos analisaram grupos submetidos a sessões de cantoria em grupo e concluíram que cantar afetou diretamente seus níveis de ansiedade. Outra equipe, formada por pesquisadores da Universidade de Cardiff, do País de Gales, concluiu que a presença de pacientes com câncer em corais afetou diretamente indicadores relacionados a qualidade de vida e depressão.
E uma equipe liderada por um sueco do Centro de Reparação Cerebral e Reabilitação, do Instituto de Neurociência da Suécia, concluiu que o ritmo da música afeta a respiração (tornando-a mais lenta e profunda) e o batimento cardíaco de quem canta. Isso permitiu se chegar ao fato de que o batimento dos membros de grupos de cantores estão perfeitamente sincronizados, algo bem próximo do que acontece com grupos de meditação e o seus mantras.
“Cantar em grupo é mais barato que terapia, mais saudável que beber e certamente é mais divertido do que malhar em alguma academia”, escreveu Horn na Time.
Lembrança boa, há pouco mais um ano atrás o Grupo Viola Baguá se apresentava no programa JR News do canal Record News.
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